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A quem dar a razão?

Todos os dias em qualquer noticiário, muita gente fala, dizem que são especialistas, sabem tudo e vamos lá saber qual a razão, hoje sim amanhã não. Admito que a pandemia apanhou todos e tudo de surpresa e que ninguém estava preparado para confinamentos, encerramentos de negócios, limitações de circulação e por aí a fora. Mas, certamente que por parte das autoridades deste país, dizem agora que sim, amanhã que não, antes dizerem as coisas na dúvida, ninguém de bom senso poderá dizer como tudo irá evoluir, mais acertado seria dizer isto mesmo.
As variantes são isto mesmo, são variantes, são como o tempo. Previsões, são isto mesmo, são previsões, previsões não são certezas. Todos falam e todos aguardam resultados e os dias vão passando, abriram as esplanadas, pequenas lojas e outros negócios, para de imediato voltarem a fechar e as previsões continuam.
Não podemos negar a ciência, contudo qualquer alteração pode levar tempo a descobrir como lidar com ela. Evidente se torna que somos dependentes e se pretendemos soluções termos que aceitar o que nos é posto à disposição. Todos temos o dever de nos proteger e proteger os outros e não será com festas e ajuntamentos que lá podemos ir. E não podemos ignorar que a GNR ou a Polícia não podem resolver tudo, como não podemos ignorar que as vacinas não resolvem o problema, basta pensar que elas não são eficazes a cem por cento, serão noventa e tal por cento, por isso, nada impede que um vacinado não possa vir a contrair a doença. São coisas que ouvimos todos os dias, a vacina é eficaz em relação à variante a, b e c, será?
Pense bem antes da festa, pense bem antes do ajuntamento, pense bem antes de sair de casa. A sua liberdade e a dos restantes pode ser posta em causa com os abusos. Evidente se torna que nem o primeiro Ministro, nem nenhum dos Ministros é bruxo, por isso, podem dizer uma coisa agora, logo de seguida dizer coisas diferentes, não estamos a falar de coisas concretas, antes falamos de coisas em constante alteração é o caso das variantes do covid 19, como irá evoluir nas próximas semanas, nos próximos meses, nos próximos anos, como será no futuro, ninguém com senso comum poderá responder a tais questões.
Alguém que fale, só por pura diversão e certamente que este país necessita de resolver problemas de fundo. Futurismo é para os bruxos. Quem vai ganhar o campeonato de futebol da primeira divisão em 2030? Só os bruxos nisto se metem. Não façam perguntas que são futurismo, são perguntas que se sujeitam a ouvir uma resposta e de seguida outra. Antes, perguntarem pelos problemas deste país, são imensos, começando pelo próprio sistema de saúde, a falta de médicos de família, nomeadamente em Reguengos de Monsaraz. Para quando o aumento de vencimentos, há vários anos congelados, progressões nas carreiras, aumento do ordenado mínimo nacional, uma vida condigna e uma habitação condigna para todos, todos prometem e até hoje continuamos na mesma.
Andamos distraídos, necessitamos que a juventude apareça e se faça ouvir, pois, é deles o futuro, não podem usar o chavão “cota para aqui cota para ali, viverem nas casas dos pais e à custa dos pais e dos avós e cota para cá, cota para lá, venham à luta, é deles o futuro, não são os mais velhos que pesam nas decisões, estes já pouco ou nada valem em termos de força reivindicativa.
Claro que perante a pandemia é a juventude que neste momento se encontra pior, são eles que não querem ficar encerrados, limitados na sua liberdade de movimento e de circulação e de convívio, são eles os últimos que receberão uma vacina. Aguardem e a vossa vez chegará.
A força da juventude leva a erros, sempre assim foi e será, força juventude e agora digam-me a quem dar a razão, perante limitações de circulação, encerramentos, proibição de ajuntamentos, só por marcação e telefona e ninguém atende, via internet, daqui por quinze dias, em isolamento em quarentena, uns de uma forma e outros de outra, muitas situações que não podemos entender, covid 19, costas largas e de tudo é culpado.◄

  • Publicado no Jornal PALAVRA, edição de Julho 2021

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