Em Fátima, D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, responde ao desafio feito pelo Papa Francisco e pede uma mudança de paradigma na Igreja que traga consigo uma maior visibilidade da mulher na Igreja. Refere o prelado “Acentuar o feminino e o materno não é apenas buscar um equilíbrio de poderes ou de influências na organização funcional da Igreja. Trata-se é de mudar de paradigma, de mudar o modo de pensar: o mundo não é de quem mais manda, é de quem mais constrói a vida. A liderança eclesial não está fundada sobre a ideia de poder, mas na vida, no cuidado e no serviço”.

Foi durante a homilia da peregrinação do dia 13 de outubro celebrada esta manhã, que D. José Ornelas referiu que “nenhum de nós foi batizado padre ou bispo, fomos todos batizados como leigos. Leigos e leigas são protagonistas da Igreja” e por isso, a presença “feminina e materna de Maria, a que se junta, desde a missão de Jesus e desde o início da Igreja, um grupo de outras mulheres, lança uma luz de entendimento sobre a identidade e a missão da Igreja” que é serviço. Por isso, o Bispo de Setúbal acrescenta “a primazia da vida, do serviço, do cuidado do mundo e da humanidade exige a presença de homens e mulheres, na diversidade dos dons de cada um para o serviço dos irmãos e para a missão de construir um mundo mais justo, mais fraterno, mais inclusivo, também nos lugares onde se tomam decisões para todos, como o Papa tem acentuado” daí que numa Igreja onde existe “o protagonismo masculino”, o feminino não pode ser “um facto secundário”, de “decoração”, mas “um importante e determinante elemento na construção da Igreja”. Para construir uma Igreja no feminino recebemos o exemplo de “Maria, mulher, esposa e mãe ilumina o nosso modo de estar na Igreja e o nosso compromisso na sua missão, para que ela seja verdadeiramente casa de Deus para todos os homens e mulheres neste planeta. Serva do Senhor para cumprir o seu projeto, ela ensina-nos a escutar a voz de Deus e a tornar-nos disponíveis para seguir o chamamento que Ele dirige a cada um e cada uma”.

O Papa Francisco afirmou recentemente a necessidade de “alargar os espaços de uma presença feminina mais incisiva” mesmo nos lugares de decisão.

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