Celebra-se hoje o centenário do nascimento de Amália Rodrigues, a famosa Rainha do Fado. Para além da voz que cantou Portugal pelo mundo, Amália ofereceu os autores portugueses que cantou, elevando, assim, o Fado na sua dimensão cultural. Poetas como Luís de Camões, David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Melo, José Carlos Ary dos Santos, Alexandre O’neil e Manuel Alegre, foram cantados por Amália. Pelos anos 50 do século passado, Amália encontra-se com o reguenguense Albert Janes, autor de diversos fados por ela cantados, alguns foram grandes êxitos, como o fado “Foi Deus” e outros como ‘Vou dar de beber à dor’, ‘É ou não é’, ‘Il mare é amico mio’ e ‘Caldeirada’.
Ao celebrar o centenário do nascimento de Amália a Valentim de Carvalho apresenta a caixa “Amália em Paris”, onde revela 20 anos da carreira da fadista e as suas atuações em França. Composta por quatro CD que incluem gravações realizadas entre 1957 e 1965, de atuações ao vivo e em estúdio na Rádio France, e dois espetáculos no Olympia, em 1967 e em 1975, e ainda uma atuação para emigrantes portugueses, em 1964. Pode ainda ouvir-se nesta compilação, um CD com o já conhecido espetáculo de Amália no famoso Olympia, em 1956. O musicólogo Frederico Santiago, uma apaixonado por Amália e responsável pelo tratamento e edição da obra integral de Amália na Valentim de Carvalho afirmou à renascença no programa “Ensaio Geral” que a caixa CD agora editada “mostra sobretudo, além do inédito, a importância que a Amália teve no mundo e que nós nunca nos apercebemos completamente”.
Amália morreu em outubro de 1999 deixando atrás de si uma brilhante carreira com 170 álbuns editados em mais de 30 países e com vendas superiores a 30 milhões de cópias. Amália é o nome de Portugal e, por isso, hoje, na Assembleia da República os trabalhos serão interrompidos para se ouvir a voz de Portugal na voz de Amália.