Escrevo o presente artigo com a plena consciência de que estes têm sido dos mais difíceis dias que vivi, não apenas enquanto autarca, mas acima de tudo como ser humano.
Durante os primeiros meses do ano assistimos ao avançar rápido da pandemia pelo Mundo, deixando um rasto de destruição por onde passou, um rasto de dor e de sofrimento. A cada dia que passava sentíamo-la mais próxima, mais capaz de chegar até nós. Foram preparados planos, definidas estratégias, montadas infraestruturas, mas sempre com a esperança de que este seria um mal que não entraria nas nossas vidas. A realidade foi bem diferente, este mal bateu-nos à porta e entrou de forma cruel, ceifando vidas e destruindo famílias. A verdade é que quando nos toca a NÓS, aos nossos, ao nosso território, às nossas gentes, todas as certezas inabaláveis são colocadas em causa. A dúvida e o medo tomam conta da nossa alma.
Quero, por isso, deixar uma palavra de profunda consternação e tristeza perante todas as famílias e amigos daqueles que perderam a vida nesta pandemia. Transmitimos as nossas sentidas condolências a todas estas famílias, as quais tentaremos sempre acompanhar e apoiar neste momento de enorme dor e no futuro.
Igualmente os votos de rápidas melhoras a todos aqueles que ainda sofrem esta terrível doença, principalmente os que estão hospitalizados. Sei que todos os Reguenguenses vos querem ter rapidamente ao nosso lado e totalmente restabelecidos.
É também esse o desejo que sentimos coletivamente perante todos os utentes do Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, ainda positivos à Covid-19, e que esperamos ver rapidamente curados e de regresso ao seu Lar de sempre.
A pandemia submeteu-nos uma dura prova e a nossa esperança assentou sempre na confiança depositada nas mais diversas instituições. Chegarmos a bom porto só seria possível através de respostas conjuntas e da criação de estreitas ligações entre as diversas instituições. Desde as estruturas locais às nacionais todos tivemos que dar as mãos e trabalhar imbuídos de um espírito solidário, o único capaz de nos dar resiliência e estrutura para vencermos esta batalha.
É a este espírito solidário demonstrado por tantas instituições e pessoas que estou profundamente grato. Nada do que possa aqui escrever hoje trará de volta aqueles que a pandemia já nos levou, para estes a batalha foi perdida e nada conseguimos fazer, no entanto não poderia deixar de expressar a minha profunda gratidão a entidades e personalidades que enumerarei (por simples ordem alfabética). A encabeçar essa lista quero apenas destacar todos os profissionais de saúde (médicos e enfermeiros de cuidados primários, de saúde pública, de medicina e enfermagem hospitalar, todos os profissionais de saúde da ADC instalada na nossa cidade, bem como a medicina e enfermagem das Forças Armadas Portuguesas); destacar igualmente Jorge Seguro Sanches, Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional e coordenador desta fase indicado pelo Governo para o Alentejo; enfim, destacar uma vasta lista de forças solidárias absolutamente notável:
• Administração Regional de Saúde Alentejo;
• Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central, com destaque para a USF Remo e a UCC Almoreg. Igualmente todas as Unidades Locais de Saúde da região Alentejo extensível aos respetivos Conselhos de Administração por todo o apoio institucional;
• Agrupamento de Escolas de Reguengos de Monsaraz;
• Altice;
• Análise Clínicas – Germano de Sousa;
• Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Reguengos de Monsaraz;
• Associações Humanitárias das Corporações de Bombeiros da Região, nomeadamente Alandroal, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mourão, Portel e Vila Viçosa, por terem participado diretamente na transferência dos utentes do Lar;
• Associações do Concelho de Reguengos de Monsaraz.
• Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, nomeadamente a sua estrutura Distrital;
• Centro Distrital da Segurança Social de Évora;
• Construções JJR
• Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz;
• Cruz Vermelha Portuguesa;
• Decsis;
• Embraer;
• Empresários locais e regionais;
• Federação de Bombeiros do Distrito de Évora,
• Forças Armadas Portuguesas, sempre superiormente comandadas pelo Tenente-Coronel Joaquim Noruegas;
• Herdade do Esporão;
• Hospital de Évora;
• Juntas de Freguesia do nosso Concelho e todos os seus Autarcas;
• Maporal;
• Militares da Guarda Nacional Republicana;
• Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social;
• Municípios do Alentejo por todo o apoio logístico sempre que solicitado;
• Operadores Turísticos de Alojamento e Restauração;
• Paróquia de Reguengos de Monsaraz;
• Proteção Civil Municipal, com uma referencia muito forte ao seu Coordenador João Roma;
• Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz e todas as IPSS´s do Concelho
• Trabalhadores do Município de Reguengos de Monsaraz, nomeadamente aqueles que sempre estiveram na linha da frente neste surto e em toda a fase de epidemia;
• Universidade de Évora;
• Voluntários “Em Missão na Nossa Terra”;
• Voluntários da Associação Coral;
• Voluntários da Plataforma COmVIDas
• Voluntários do Banco de Voluntariado criado no Início da Pandemia.
Por último, o meu sincero obrigado a TODOS os colaboradores da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, a todos os que pelo bem-estar dos Nossos idosos não temem e não desistem, colocando o interesse da instituição e dos seus utentes acima dos seus interesses pessoais. A TODOS os que deixam pais, filhos, maridos e mulheres, familiares e amigos sem saber como ou quando poderão regressar… MUITO OBRIGADO A TODOS!
Todos os dias, quando me levanto, procuro forças na crença de que tudo ficará bem, mas com a consciência que nada será igual para nós. Tenho em mim a certeza que a nossa união e a nossa luta diária nos farão voltar a sorrir e a ver a luz brilhar de novo em Reguengos de Monsaraz.
Aquela LUZ que colocou Reguengos de Monsaraz no mapa com a ajuda de todos, a LUZ que ilumina os Povos solidários. ◄