Alentejo com maior registo de doentes com perturbações de ansiedade, depressivas e demência:

APPACDM de Évora realiza encontro sobre saúde mental e emprego

O maior registo de doentes com perturbações de ansiedade, perturbações depressivas e de demência encontra-se nas regiões do Centro e do Alentejo. Segundo dados mais recentes do Programa Nacional para a Saúde Mental, de 2017 revelam que, apesar do número de mortos por saúde mental ser baixo e estar, na maioria, relacionado com o suicídio, é no Alentejo onde acontecem o maior número de suicídios, na maioria homens.

Nesse sentido, o Associação Portuguesa e Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Évora promoveu hoje, no mês em que se assinala o dia da saúde mental, um encontro intitulado “Trabalhar com doença mental” que juntou cerca de 160 inscrições de todo o país e contou com 3 painéis, o 1º sobre políticas de inclusão e emprego na saúde mental; o 2º sobre doença mental e trabalho e o 3º sobre práticas de sucesso de inclusão na doença mental. Com moderação do humorista Vasco Correia, a iniciativa juntou políticos de vários quadrantes, psiquiatras, enfermeiros, advogados, empresários e colaboradores inspiradores de boas práticas de inclusão e técnicas que todos os dias trabalham para garantir que as boas práticas se tornem uma rotina e uma realidade para todos os que sofrem de doença mental e querem e têm condições para trabalhar.

PALAVRA falou com uma das promotoras do evento, a psicóloga e coordenadora do Centro de Recursos da instituição, Carmen Nunes que nos explicou o porquê da iniciativa: “A ideia de realizar um Encontro para debater questões ligadas à Saúde Mental e o Emprego surgiu há cerca de um ano, como proposta de candidatura aos Projetos financiados pelo Instituto Nacional para a Reabilitação. A necessidade de abordar estes assuntos tem vindo a ser crescente nos últimos anos. Enquanto Entidade credenciada como Centro de Formação Profissional e como Centro de Recursos para o Emprego e a Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade, temos constatado que de há uns anos para cá o número de pessoas com algum tipo de problemática associada à Saúde Mental e com repercussões ao nível do emprego tem vindo a aumentar. Por outro lado, as respostas existentes ao nível da reabilitação socioprofissional nem sempre são as mais adequadas a este público alvo que, em muitos casos, acaba por se ver privado na sua qualidade de vida e marginalizado no exercício da sua cidadania e dos seus direitos. Trazer este debate a público é emergente pois importa falar sobre o assunto para que surjam as respostas necessárias.”

O webinar pretendeu “mostrar à Comunidade o valor acrescentado da integração profissional de pessoas com doença mental através de testemunhos das próprias pessoas e dos empresários, promovendo também o Debate Político e a partilha de ideias entre profissionais de saúde e outros profissionais com interesse nesta temática. Pretende-se uma abordagem positiva e não discriminatória, contrariando a visão negativa da Comunidade relativamente à doença mental, salientando o emprego como complemento da intervenção terapêutica no reforço da identidade, na inclusão social e na participação Comunitária e económica da Pessoa com doença mental.”

Inicialmente pensado para se um encontro de abrangência nacional e de caráter presencial, com a pandemia, a iniciativa teve que ser repensada: “após a situação pandémica que atravessamos, encontramo-nos a reorganizar o Projeto no sentido de promover um Webinar. Contudo, a utilização das novas tecnologias hoje permite-nos trabalhar de uma forma muito funcional e profícua. A conversão num Encontro virtual permitiu a participação de muitas pessoas que presencialmente não poderiam estar presentes. Também os recursos que resultaram deste Encontro foram disponibilizados para consulta e divulgação no site (https://webinarappacdm.wixsite.com/webinar).

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