Os desafios da água reuniram à mesma mesa os conselhos regionais do Alentejo e do Algarve para uma estratégia conjunto de desenvolvimento no sentido de uma Intervenção Territorial Integrada (ITI).

Com a presença da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, realizaram-se dois encontros. No final Ana Abrunhosa referiu que “a importância da disponibilidade hídrica e sobretudo da sua gestão. A água é sempre um recurso a analisar de forma responsável, que exige usos adequados nos diferentes setores de atividade, sendo imprescindível geri-lo criteriosamente, tanto ao nível da oferta como da procura. Há que encontrar formas de captação da água alternativas, mas também preparar os setores para práticas mais sustentáveis e eficientes, exemplificando a governante com o que se faz na agricultura de precisão. Ana Abrunhosa concluiu que estamos perante de um recurso que é absolutamente determinante nestes territórios, e por isso, as duas estratégias espelham muito bem aquilo que são as preocupações regionais a este respeito e, portanto, fará todo o sentido termos projetos e abordagens conjuntas dedicados a essa temática”

A ITI Água proposta em ambas as Estratégias Regionais do Algarve e do Alentejo, visa promover ações concertadas de aumento da resiliência dos ecossistemas aos efeitos das alterações climáticas, associando a proteção e valorização dos corredores ecológicos, a redução ou minimização de vulnerabilidades e riscos resultantes de fenómenos extremos e a promoção de intervenções e atividades económicas sustentáveis, pela gestão eficiente no uso da água, pela otimização e eficiência nos sistemas de captação e distribuição, e pela promoção da reutilização de águas residuais, assegurando o bom estado ecológico das massas de água.

Prevê-se que a água seja o centro da discussão nos próximos 10 anos, por isso “a ITI Água deverá contribuir para promover e atrair investimento inovador e demonstrador, coincidente com as especificidades e as atividades predominantes nos territórios das sub-regiões abrangidas, valorizando e densificando as cadeias de valor dos recursos e/ou produtos locais, através da incorporação de fatores de inovação que estimulem a promoção e atraiam novos residentes, qualificados e empreendedores, para reverter os graduais processos de perda registados” lê-se na nota enviada à nossa redação.

Pretende-se uma “gestão inovadora” capaz de potenciar “abordagens temáticas, inter-regionais e transfronteiriças que, per si, respondam aos desafios societais, permitindo ganhar escala e eficiência, contribuindo para aumentar níveis de desempenho e de convergência e potenciando um modelo de gestão baseado em dimensões de plurifundo, promotoras de perceções e aferição dos impactos das políticas públicas a escalas diferenciadoras, eventualmente mais próximas e consentâneas com as especificidades locais, supramunicipais, intra e inter-regionais” acrescenta.

Para Francisco Serra e Roberto Grilo, presidentes da CCDR Algarve e CCDR Alentejo, a presença da Ministra da Coesão Territorial foi sinal da “preocupação do governo de Portugal” pela afirmação da região como espaço de “inovação e implementação de medidas que sejam inspiradoras para todo o país e para a própria Europa”.

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