Na peregrinação anual de agosto, tradicionalmente dedicada aos portugueses espalhados pelo mundo, mas que se tornou também de acolhimento aos migrantes que escolheram Portugal como lugar para viver, D. José Traquina, bispo de Santarém e também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, pediu durante a celebração do dia 12 “Como cristãos, manifestemos capacidade de acolhimento e não cultivemos sentimentos que não correspondem à nossa matriz cristã de fraternidade universal” e afirmou “os estrangeiros são uma necessidade e um bem para Portugal, não para serem explorados ou mal tratados, mas acolhidos e protegidos com a mesma respeitabilidade que desejamos para os portugueses que vivem em qualquer outro país”.

Sob o lema ‘Entre a incerteza e a esperança há uma ponte em construção’ a Peregrinação aniversária de agosto, o Bispo de Santarém, lembrou que, em tempos de pandemia migrantes “tiveram dificuldades acrescidas” e pediu ajudas para o povo moçambicano de Cabo Delgado onde “250 mil pessoas estão deslocadas” por causa dos ataques armados e que vivem em simultâneo o maior surto de coronavírus.

Já no dia 13 falou dos pobres, refugiados e migrantes, deslocados à força dos seus países e que são explorados, dizendo que “todos têm direito” a celebrar a vida.

Inspirado no texto do evangelho afirma que “os homens e mulheres que eram como ovelhas sem pastor, são hoje os atuais milhões de pobres em todo o mundo, os milhões de refugiados que têm de fugir como Jesus para terem vida, os migrantes que, por desconhecimento das formas legais de emigrar, são explorados por contrabandistas e traficantes, os milhões de pessoas deslocadas forçadamente dentro do seu próprio país, por falta de segurança. Todos estes têm direito à festa nupcial”.

Todos têm direito a participar na festa “convocada por Deus” e ““A festa é a convergência e a celebração comunitária em alegria que dá sentido à vida humana. Sem convívio, sem festa, a vida humana torna-se difícil. Para muitas pessoas, a Igreja é reconhecida pela dimensão da festa: festas nas etapas da vida cristã ou ao ritmo do calendário litúrgico”, afirmou.

Se o tempo de pandemia impediu que se realizem a maior parte das festas populares, e a maior parte das festas populares tem a sua origem na Igreja, D. José Traquina recorda que a alegria da fé e da vida encontram na “Eucaristia bem preparada, a imagem do padroeiro evidenciada, uma mensagem e uma lembrança partilhada para registar a festa celebrada”.

Para finalizar, o Bispo de Santarém convidou a permanecer no “amor indestrutível” que é celebrado em cada Eucaristia, “o grande sacramento da Igreja que suscita e alimenta o zelo apostólico e a prática da caridade”.

E concluiu dizendo “a mulher que estava revestida de sol, é interpretada como a figura de Nossa Senhora ou a figura da Igreja. Será este o sol, a luz que brilhava em Nossa Senhora quando aqui apareceu aos pastorinhos, luz que ardia no peito dos pastorinhos como no coração dos discípulos de Emaús. É esta Luz que vence as trevas e que, unidos a Nossa Senhora, somos convidados a seguir e a servir”

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