Os investigadores Catarina Gonçalves, Armando Raimundo, Jorge Bravo, José Parraça, (Universidade de Évora) e de Ana Abreu (Hospital do Espírito Santo de Évora) realizaram um estudo de investigação e revelam que “exercícios intermitentes de alta intensidade HIIT (sigla em inglês para high-intensity interval training) apresentam benefícios superiores ao exercício contínuo executado em intensidades moderadas (TCM) no que diz respeito a ganhos no volume de oxigénio (VO2), seja na melhoria da composição corporal, no controlo do perfil glicémico, controlo do perfil lipídico ou ainda na força muscular em pessoas cardíacas”, lê-se na página oficial da UÉ.

De acordo com declaração do professor José Parraça, do Departamento de Desporto e Saúde da Escola de Ciências e Tecnologia da UÉ e co-autor do trabalho de investigação, “um dos problemas mais proeminentes da sociedade portuguesa e da região alentejana em particular são as doenças cardiovasculares”. Feita a avaliação comparativa do perfil lipídico, controlo do perfil glicémico, controlo da pressão arterial, cessação do consumo de tabaco, qualidade de vida relacionada à saúde, ansiedade/depressão, aptidão cardiovascular, composição corporal, força muscular e a redução do comportamento sedentário em pacientes referenciados para a fase III (fase de alta hospitalar e controlo domiciliário) da Reabilitação Clínica (RC) comparando estes resultados com um grupo de controlo (n=10), que realizou as recomendações médicas habituais, que consistem geralmente, na prática desportiva e hábitos de vida saudáveis mas sem monitorização ou controlo, os dados dos dois programas os investigadores concluíram que a prática de exercícios intermitentes de alta intensidade (HIIT) apresentam benefícios superiores ao exercício continuo executado em intensidades moderadas (TCM).

José Parraça explica que a RC baseada no exercício “está associada a melhorias significativas nas doenças cárdio-vasculares em pacientes após evento ou cirurgia cardíaca, quando comparada com os pacientes sujeitos apenas ao tratamento convencional, e que ambos os programas mostraram ter efeitos benéficos em 6 semanas de treino e que este, mostra-se seguro para estes pacientes”, registando “uma melhoria no nível de atividade física com maior tempo de prática de exercício físico e, consequentemente, diminuição do sedentarismo”.

O estudo prova que através da melhoria no nível de atividade física, “há um melhor desempenho ao exercício o que leva as pessoas a voltem a fazer normalmente as suas rotinas na vida quotidiana sem receios” e essa melhoria de AF traduz-se na “melhoria do consumo de oxigénio, composição corporal e na força muscular”. A melhoria ou controlo do perfil lipídico, do perfil glicémico e da pressão arterial o que ajuda ainda na cessação do tabagismo levando a um aumento da qualidade de vida e, por consequente, à redução de risco de eventos futuros próximos de diabetes e de doenças cardiovasculares (DCV).

Com isto conclui-se a absoluta necessidade da Reabilitação Clinica (RC) baseada no exercício “é um serviço importante na qualidade de vida (QV) dos doentes cardíacos”, por isso, refere José Parraça “é urgente implementar e criar estratégias para que os programas de RC possam chegar a um maior número possível de pessoas cardíacas, e assim ter uma rede de centros públicos de RC com distribuição mais equilibrada no nosso país” ainda muito escassa no Alentejo, Ribatejo, Beiras, Minho, Trás-os-Montes e territórios insulares.

O Comité Olímpico de Portugal resolveu distinguir este estudo com a atribuição de uma menção honrosa nos Prémios Ciências do Desporto, categoria “Medicina do Desporto”, prémio que o professor da UÉ considerou “de extrema importância pelo prestígio, mas também pela investigação desenvolvida e pela importância que tem para a comunidade alentejana, onde a incidência de problemas cardíacos é bastante elevada.”

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