“Deus vem e enche o nosso tempo de “Bom dia!” é o título da mensagem da Conferência Episcopal Portuguesa para o Advento.
O Advento é o tempo em que “Deus vem” dizem os bispos portugueses, um Deus que saúda, fala, ama, chama, ordena, escuta, responde e envia. Um Deus que “Traz consigo uma carga verbal” que, dizem, deve tornar-se “viral”. É um Deus que diz “Bom dia!” quando chega, uma saudação que ressoa desde a criação e que nos enche “de bondade e de alegria, e faz-nos encontrar um modo novo de encarar a vida”.
O Deus que vem, dizem os Bispos, “não nos transmite uma informação, não tem em vista um negócio, não solicita a nossa reflexão ou decisão”. Também “não nos deixa a pensar, a escolher, a decidir”. Faz-nos cair do “pedestal do nosso ‘eu’: eu penso, eu quero, eu decido, eu, eu, eu…”. Deus exige apenas uma resposta ao seu “bom dia!”.
Esse “Bom dia!” de Deus é dito pela boca de muitas pessoas que se encontram à beira do caminho e significa “Olha para mim”, “olha por mim”, “cuida de mim”. E explicam, os bispos, “o pobre não te diz: “Se quiseres, podes cuidar de mim”, isso seria uma opção que Deus presente no pobre não dá. Por isso, não há hipótese de fuga, não há escolha, referem na mensagem, “o “cuida de mim” que o pobre balbucia para ti não é opcional: é uma súplica que é um mandamento; não tens opção de escolha; tu é que foste escolhido; tens de responder que sim”. O pobre escolheu-te, dizem, é ele que manda, porque Deus que vem “confunde-se com os pequeninos… é neles que vem amorosamente ao nosso encontro, para nos dizer ‘Bom dia!'”.
Na mensagem de Advento, os Bispos portugueses apelidam este tempo de pandemia como “tempo de anemia”. Se neste tempo “não cuidamos bem dos pobres e necessitados, também não cuidamos bem de Deus!”, dizem. Um tempo em que, se não cuidarmos dos pobres o nosso ‘eu’ “entrará em crise”, porque “o Deus que vem “não vem mudar as situações. Vem mudar os corações. E são os nossos corações mudados que podem mudar as situações”.
E terminam com uma mensagem de esperança: “O Deus do Advento vem para o meio desta pandemia, pega na nossa mão, muda o nosso coração e envia-nos a mudar a situação. Está aberta a oficina do Advento: enquanto uns se afadigam na vacina, outros nos hospitais, outros nos lares, nas farmácias, na padaria, empenhemo-nos todos em encher este mundo de Paz, de Esperança e de “Bom-Dia”.
O tempo de Advento decorre desde o domingo dia 29 de novembro e durante quatro semanas até ao Natal.