O Ministério da Saúde já disponibilizou o Plano de Saúde para os meses de outono e inverno de 2020/21. Adiantado por Lacerda Sales, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, o Plano apresenta uma estratégia de resposta à evolução da pandemia, mas também às necessidades de saúde em outras áreas que prevê “salvar vidas humanas e proteger os mais vulneráveis”.
O Plano prevê a articulação entre o regional e o local numa “implementação em cascata”. Será criada uma “task.force” na dependência do Ministério da Saúde que consiste numa ““resposta maximizada nos cuidados de saúde primários” e de proximidade.
Prevê ainda “um reforço da resposta em saúde pública”, que funcionará sempre, mas que será particularmente importante em situações de surto, e que consiste na criação de uma área para doentes do foro respiratório. A par disto vai insistir-se na testagem com resultados cada vez mais rápidos.
Recomenda-se o uso da máscara mesmo na rua e particularmente nos transportes públicos sobretudo em regiões de grande movimento e situações de maior aglomerado de pessoas e em que o distanciamento seja de prática difícil. «Muito brevemente, e depois de termos consultado os peritos nacionais e internacionais, vai sair uma orientação no sentido de que quando as pessoas, no exterior, não conseguirem garantir para elas ou para os outros a distância física recomendada, deverão usar máscara», refere Graça Freitas.
Com isto, entende-se que, nas situações em que o distanciamento é facilmente assegurado, não é necessário o uso da máscara. No entanto, a avaliação mais importante é que faz cada um na sua proteção e na dos outros.
Ainda dentro do Plano outono/inverno, vão ser criados em Lisboa e Porto hospitais de retaguarda para os doentes que tendo alta não têm condições sociais para regressar a casa. Com esta medida pretende-se “preservar vidas humanas, proteger os mais vulneráveis, particularmente a população idosa a viver em Estruturas Residenciais para Idosos, e preparar a resposta ao crescimento epidémico da Covid-19”. Será também articulada gestão da alta hospitalar com o setor social para evitar o prolongamento hospitalar desnecessário.
Vai ser reorganizado o serviço de urgências em articulação com os cuidados de saúde primários para evitar a ida à urgência para situações de baixa gravidade.
O Plano promove ainda o incentivo à cirurgia eletiva e de ambulatório, com avaliação pré-operatória em modelos de ‘drive-through’ e a definição de unidades ou serviços hospitalares “covid-19 free”, para manter a resposta “não-covid-19”.
A assistência não-covid-19 prevê a presença de um acompanhante nas consultas e da retoma das visitas às pessoas internadas para garantir a “humanização dos cuidados de saúde”.
O serviço de “hospitalização domiciliária” vai continuar e será aumentado para evitar o “contacto hospitalar quando desnecessário” e assim permitir mais recursos materiais e humanos para a área Covid-10
O Plano contempla ainda uma atenção à saúde mental assente em três domínios estratégicos: “Resposta ao risco sazonal, incluindo covid-19”, “Manutenção da resposta não-covid-19” e “Literacia e Comunicação”.