Durante a celebração da Eucaristia, celebrada na Basílica de S. Pedro, para um grupo restrito de pessoas, entre as quais estava a delegação portuguesa da Jornada Mundial da Juventude que ia receber os símbolos da Jornada, a cruz e o ícone mariano, e também a delegação do Panamá que passou o testemunho a Portugal, o Papa Francisco deixou um recado aos jovens que pretende ser um programa de vida para alcançar a felicidade. Francisco dizia aos jovens ali presentes “Tornamo-nos naquilo que escolhemos, tanto no bem como no mal. Se escolhemos roubar, tornamo-nos ladrões. Se escolhemos pensar em nós mesmos, tornamo-nos egoístas. Se escolhemos odiar, tornamo-nos furiosos. Se escolhemos passar horas no telemóvel, tornamo-nos dependentes. Mas, se escolhermos Deus, vamo-nos tornando dia a dia mais amáveis e, se optarmos por amar, tornamo-nos felizes”. E alertava para o perigo de uma cultura de consumismo em diversos âmbitos da vida: “há a febre de consumir, que narcotiza o coração com coisas supérfluas. Há a obsessão pelo divertimento, que parece a única via para escapar dos problemas, quando, ao invés, é apenas um adiamento do problema. Há a fixação nos próprios direitos a reivindicar, esquecendo o dever de ajudar” E pede aos jovens que não se deixem “domesticar pela homologação” e não se deixem “anestesiar pelos mecanismos do consumo, que desativam a originalidade” e renunciem “às aparências e à exibição”.
Francisco alerta ainda para a forma como fazemos as perguntas e diz. “Se olharmos dentro de nós, veremos que muitas vezes surgem aí duas perguntas diferentes. A primeira: o que me apetece fazer? É uma pergunta que engana frequentemente, porque insinua que o importante é pensar em si mesmo e satisfazer todos os desejos e impulsos que me vêm. Mas a pergunta que o Espírito Santo sugere ao coração é outra: não aquilo que te apetece, mas aquilo que te faz bem”. “Preocupa-te mais em fazer o bem do que em estar bem” recomendava o Santo Padre e solicitava que “não renunciemos aos grandes sonhos… as obras de misericórdia vão ao centro do nosso sonho… porque dão glória a Deus mais do que qualquer outras coisas” e acrescentava “gente banal têm uma vida banal, gente grande torna grande a vida”.
A terminar a homilia o Papa anunciou a mudança do dia diocesano da juventude. No final da homilia o Santo Padre disse “Passados trinta e cinco anos da instituição da JMJ, depois de ter ouvido o parecer de várias pessoas e o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que é competente no que se refere à pastoral juvenil, decidi transferir, a partir do próximo ano, a celebração diocesana da JMJ do Domingo de Ramos para o Domingo de Cristo Rei. No centro, continua a estar o Mistério de Jesus Cristo Redentor do homem, como sempre destacou São João Paulo II, iniciador e patrono da JMJ”.
No final da celebração os jovens portugueses receberam os símbolos da Jornadas que vão estar em Portugal até 2023 para presidirem à Jornada Mundial que se realizam em Lisboa. Entre os presentes estiveram o Cardeal Patriarca e o Ministro da Educação Tiago Brandão.