Licenciado em Psicologia Clínica e do Aconselhamento, depois de uma experiência de 12 anos na Comunidade Terapêutica da Cáritas Diocesana de Évora, onde desenvolveu um trabalho de excelência na recuperação de pessoas com dependência de substâncias e alcoolismo, e desde 2018 à frente da mesma Comunidade como Diretor Técnico e Coordenador da Equipa Técnica, Rui Gato é o rosto do Programa Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS-4G) de Reguengos de  Monsaraz. Em consequência da sua experiência profissional, Rui Gato foi representante da Cáritas Diocesana na Unidade de Rede Sem Abrigo de Évora (URSA) e no Grupo de Intervenção Regional no Álcool (GIRA). Além da área profissional, desde muito cedo esteve ligado ao associativismo, fazendo parte de comissões de festas, da direção do Centro Cultural de Outeiro, membro da Junta de Freguesia de Monsaraz e da Assembleia da Misericórdia de Monsaraz.

Rui Gato tomou posse juntamente com a equipa que vai coordenar no passado dia 1 de setembro. A equipa é formada pelo Coordenador, Rui Gato, Cátia Godinho, licenciada em Psicopedagogia, Gisela Malheiro, licenciada em Psicologia, Dalila Capucho, licenciada em Serviço Social e João Silva, licenciado em Organização e Gestão de Empresas.

1. Antes de mais gostávamos de saber em que consiste o programa?

O Programa CLDS-4ª Geração consiste num conjunto de ações centradas na promoção da inclusão social de grupos fragilizados identificados no concelho de Reguengos de Monsaraz. Para este concelho foram atribuídos dois, dos quatro eixos de intervenção previstos:

Eixo 1 – Emprego, formação e qualificação – dirigido a desempregados, desempregados de longa duração, jovens à procura do 1º emprego, beneficiários de RSI, pessoas portadoras de deficiência, alunos do ensino secundário e do ensino profissional do Agrupamento de Escolas de Reguengos de Monsaraz.

Eixo 2 – Intervenção Familiar e Parental, preventiva da pobreza – dirigida a agregados familiares de baixos rendimentos com menores, pessoas com incapacidade, crianças em educação pré-escolar, turmas de 1º, 2º e 3º ciclo do AERM e respetivas famílias.

O programa vai promover a ação integrada dos agentes locais disponíveis no sentido de criar uma intervenção social em rede, cada vez mais necessária na resposta ao combate da exclusão social, concretizando-se em ações de sensibilização, workshops, encaminhamento para ofertas de emprego, divulgação de medidas de incentivo ao autoemprego e empreendedorismo, promoção da igualdade e cidadania, entre outros.

2. A Entidade que se candidatou e aceitou dar corpo a este Programa foi a Fundação MIVPS. Que intervenção tem a instituição no desenvolvimento do Programa?

É a Instituição que desenvolveu e apresentou o projeto, juntamente com os Serviços de Ação Social do Município de Reguengos de Monsaraz, permitindo assim a sua aprovação. Compete à Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, como Entidade Coordenadora Local de Parceria (ECLP), a coordenação administrativa e financeira do Programa e a coordenação de toda a equipa que contratou.

Assume a função de coordenação geral do projeto e é a interlocutora da parceria com o Instituto da Segurança Social e com a Autoridade de Gestão do Programa Operacional que financia os CLDS -4G. Intervém, também, ao nível da supervisão do cumprimento do Plano de Acão.

3. Conhecendo nós os objetivos gerais deste programa enquanto proposta genérica para candidatura, quais são, em concreto, os objetivos do CLDS-4G coordenado por si?

O Eixo I de intervenção (Emprego, Formação e Qualificação) tem os seguintes objetivos: promover a pré-disposição dos desempregados para a procura ativa de emprego; Promover a participação ativa na concretização de medidas de emprego e nos processos de inserção profissional e social, dos desempregados e dos empregadores; Incentivar projetos de autoemprego e empreendedorismo, sobretudo através do fornecimento de ferramentas que permitam o acesso aos instrumentos de apoio; Informar das oportunidades de formação e qualificação para desempregados desenvolvidas pelas entidades públicas e privadas do concelho; Contribuir para a integração profissional dos alunos que abandonaram ou concluíram o sistema educativo; Diminuir a taxa de desistência nas turmas de ensino profissional do AERM e reforçar as capacidades criativas e de inovação destes alunos e dos alunos do ensino secundário.

O Eixo II (Intervenção Familiar e Parental, na prevenção da pobreza infantil) tem como objetivos específicos : promover a capacitação e o desenvolvimento de competências dos agregados familiares de baixos rendimentos com crianças; Promover a melhoria da mediação dos conflitos familiares, aumentando a consistência da articulação entre as equipas técnicas existentes no território; Mobilizar as crianças e jovens de agregados familiares de baixos rendimentos, prioritariamente, para atividades promotoras de estilos de vida saudáveis e de concretização de uma cidadania e integração plenas.

4. Que fragilidades sociais podemos desde já antever no concelho de Reguengos e que vão merecer a sua atenção?

As fragilidades sociais identificadas, e nas quais o CLDS vai atuar, são um grupo populacional afetado pelo desemprego e situações de pobreza, particularmente a infantil. Estes grupos apresentam-se muitas vezes desmotivados na procura de emprego, ou não apostam num estilo de vida saudável que lhes permita responder adequadamente ou recorrer aos instrumentos que existem para solucionar essa situação. Também as famílias de baixos rendimentos, e com menores a seu cargo, evidenciam dificuldades no cumprimento das suas responsabilidades parentais, por não possuírem competências familiares ou por falta de informação sobre os seus direitos de cidadania. É importante promover junto destas famílias, e em concreto com as suas crianças, um estilo de vida saudável e mobiliza-las para uma integração plena na sociedade.

5. Está previsto estabelecer parcerias? A que níveis? Com que objetivos?

Está previsto estabelecer parcerias com entidades públicas ou privadas (ou serviços públicos e privados) ao nível do encaminhamento para situações de emprego ou para incentivos ao empregador, na participação e desenvolvimento das atividades previstas, na articulação das equipas técnicas dos serviços existentes. O objetivo é criar uma rede de recursos e respostas que funcione como um instrumento no combate à exclusão social dos destinatários do programa.

6. Estamos a falar de um programa para quanto tempo? Que ficará depois de terminado o Programa?

O CLDS-4G é um programa de 36 meses. Ficará um modelo de intervenção em rede de serviços e uma fragilidade social certamente bastante mais mitigada em resultado do trabalho desta equipa multidisciplinar que já me encontro a coordenar.

7. Falamos de um investimento de que valores? Quem financia?

O CLDS-4G REGUENGOS+ tem um investimento aprovado elegível até um limite de 504 mil euros, conforme já foi divulgado pela FMIVIPS, co-financiado pelo Fundo Social Europeu (FSE).

8. Tem algum aspeto além dos já referidos que queira salientar?

Este é um projeto ambicioso, pela sua natureza de intervenção, e que vem na sequência duma estratégia bem definida no Concelho de Reguengos de Monsaraz e é o primeiro CLDS a ser entregue ao Concelho de Reguengos de Monsaraz.

Se na altura da candidatura era uma resposta necessária, com a situação frágil que vivemos atualmente, é uma resposta essencial.

Temos noção que não será um programa de fácil implementação pelas condicionalidades que a atualidade nos impõe, mas contamos com uma equipa técnica multidisciplinar selecionada pelas suas competências e bastante motivada, criativa e empenhada em cumprir o plano de ação aprovado.

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