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JMJ Lisboa 2023: Tudo começou em Roma no ano de 1983

JMJ Lisboa 2023: Jovens dão a conhecer a história das jornadas Mundiais da Juventude
Tudo começou em Roma no ano de 1983

Por: Sara Conde e Rui Paixão

Para falar das Jornadas Mundiais da Juventude, é preciso recuar uns bons anos. Mais precisamente aos anos de 1983 e 1984 onde, em Roma, se realizou o Ano Santo da Redenção. Neste projeto, foi inserido o Jubileu Internacional da Juventude e no Domingo de Ramos trezentos mil jovens de diversas partes do mundo, foram acolhidos por cerca de seis mil famílias romanas. Nessa data, o papa João Paulo II deu aos jovens uma cruz de madeira “como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade” e pediu aos mesmos que “anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo possamos encontrar a salvação e a redenção”. Desde então, a cruz peregrina, participa em todas as Jornadas até aos dias de hoje.
O ano seguinte (1985) seria então o ano mais importante para as conhecidas Jornadas. 1985 foi proclamado Ano Internacional da Juventude, e o Papa repetiu novamente a experiência do ano anterior juntando cerca de trezentos e cinquenta jovens em Roma, no Domingo de Ramos. Contudo, a instituição oficial das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), pelo papa João Paulo II só ocorreria a 20 de dezembro de 1985.
A 1ª JMJ oficial ficaria então sinalizada para o Domingos de Ramos do ano seguinte.
O dia 23 de março de 1986, ficou então marcado pelo dia em que se iniciaram as primeiras de muitas Jornadas Mundiais da Juventude. Milhares de jovens encontraram-se na Praça de São Pedro, em Roma.
Presidida pelo Papa João Paulo II e desconhecida por muitos, esta jornada tinha como tema: “Sempre dispostos a dar resposta a quem vos peça razão da nossa esperança”. Este encontro teve um hino próprio, “Fica junto a nós”, e é ainda hoje uma música bastante conhecida e cantada em todos os cantos do mundo.

Os jovens participantes iniciaram o seu percurso nas suas dioceses e, posteriormente, ao chegarem ao país anfitrião, foram acolhidos por várias dioceses (ficando alojados em casas particulares, ginásios, pavilhões e escolas). Ao longo de vários dias era possível contar com catequeses, vias-sacras e outras atividades desde as mais religiosas às mais dinâmicas, espalhadas por toda a cidade.
Um dos momentos mais especiais das jornadas foi e continua a ser a vigília e a missa final ao ar livre que conta desde sempre com a importante intervenção do Papa. Este acaba por ser o momento de eleição de todos os jovens que já viveram a experiência, talvez por ser aquele em que mais se sentem unidos a Jesus Cristo.
Segundo testemunhos recolhidos estas Jornadas foram uma experiência enriquecedora, mas ao mesmo tempo muito desafiante, pois não foi fácil para os jovens de vários continentes comunicarem entre si, tendo em conta que decorriam os anos 80, e o conhecimento não era o mesmo que nos dias de hoje. Há também a confissão de portugueses presentes de sentirem que iam para o desconhecido, pois nessa altura a comunicação e entre países não era fácil, e não havia o acesso aos meios de comunicação para se poder realizar esta troca de informações.
Neste ano ficou decidido que as Jornadas se realizariam de dois em dois anos (e mais tarde viriam a ser de três em três). Ficou também decidido que cada jornada teria um tema (que seria sempre um excerto retirado da Bíblia), e um hino que as representasse.
Na vigília foi anunciado pelo Papa onde se realizariam as próximas jornadas. O encontro ficou então marcado para o ano seguinte, 1987, em Buenos Aires. ◄

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