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Uma rápida reflexão sobre a saúde mental e o teletrabalho

Ao longo dos últimos anos, temos assistido a uma ascensão sem precedentes de campanhas para a consciencialização e prevenção da saúde mental. Mais concretamente nesta última época festiva. É do conhecimento público que “burnouts”, esgotamentos e depressões sempre existiram. No entanto, desde o início da implementação do teletrabalho (ou trabalho remoto) como prática comum na sociedade dos dias de hoje, este tipo de doenças tem surgido em maior escala.
Tal como todas as opções com que nos deparamos em termos profissionais e/ ou até pessoais, o trabalho remoto também tem os seus prós e contras. Entre outros, a IEEE, organização científica com publicações recorrentes, identifica quatro dos benefícios do trabalho: i) ganho de tempo nas deslocações para o local de trabalho, ii) melhoria da qualidade de vida geral, iii) melhor conforto no local de trabalho e iv) maior presença. Assim como também identifica outros quatro pontos negativos: i) maior número de horas trabalhadas, ii) aumento do risco de doença mental, iii) aumento de despesas em necessidades consideradas primárias (neste contexto), como a conta da eletricidade e gás, água e comunicações; e iv) menor capacidade de separação entre a vida pessoal e a vida profissional. Ao analisarmos os pontos supracitados, percebemos facilmente que alguns são contraditórios, do qual facilmente entendemos que a solução não está no teletrabalho, mas sim no equilíbrio, na possibilidade de se estar parcialmente no local de trabalho e parcialmente em casa. É verdade que nem sempre é possível conseguirmos esta conjunção, por diversas razões, incluindo a natureza da atividade profissional, mas é algo que deverá ser bem apreciado quando possível, pois tem os seus benefícios.
Focando o ponto negativo relacionado com o aumento do risco de doença mental, o isolamento é a palavra-chave. Nem toda a gente lida bem com o isolamento social, a solidão e a ansiedade, o impact o risco de doença coronária, acidentes vasculares cerebrais, depressão, domínio cognitivo e demência. Por essa razão, é importante:
Criar o próprio escritório: criar um espaço em casa com uma secretária, de forma a ser utilizado apenas durante o período laboral;
Manter a rotina: acordar um pouco antes do horário de trabalho, de forma a dar tempo para se arranjar e vestir para o dia de trabalho, e cessar à hora prevista;
Apostar num estilo de vida saudável: praticar exercício físico regular e manter hábitos de alimentação saudáveis;
Manter a comunicação: fazer uma chamada telefónica e/ ou de vídeo sempre que possível, ao invés de enviar uma simples mensagem, e comunicar regular com a família, amigos e antigos colegas de trabalho, em casa, na rua ou noutros espaços que não o escritório de casa.◄

  • Publicado no Jornal PALAVRA, edição de janeiro 2023

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