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Turismo de Portugal – Desde o luxo até uma simples embalagem de chicklets

Portugal é um país composto por cidadãos que desde sempre olharam além-fronteiras, desconsiderando medos e outros obstáculos, focando a expansão do império e a difusão dos nossos costumes, da nossa nação e da religião católica. A história da nossa expansão marítima remonta ao século XIV. No entanto, desde o século XI que nos expandimos em solo terrestre.
Pelo facto de a nossa nação se ter encontrado dispersa por diferentes continentes, os portugueses desenvolveram um hábito moderado de aceitar as mudanças e as deslocações como parte da sua vida. No entanto, demorámos 400 anos a perceber que o poderíamos fazer por lazer e não por necessidade.
As primeiras viagens turísticas dos portugueses surgiram em 1840, com a fundação da Agência Abreu, no Porto. Isso mesmo, a tão conhecida Viagens Abreu começou por monopolizar o turismo de e para o Brasil, devido ao seu elevado número de emigrantes portugueses e espanhóis. Por volta desta época, era mais fácil mostrar aos portugueses como fazer turismo lá fora, e não cá dentro, devido à fraca qualidade dos acessos às diferentes regiões. Embora muitas estradas se tenham modernizado e adaptado aos tempos, considerados na altura, modernos, apenas na década de 30 se construiu a primeira estrada com objetivo de ser utilizada essencialmente para turismo – a Avenida Marginal – construída no Governo de António de Oliveira Salazar para que este se pudesse deslocar rapidamente entre o seu destino de férias preferido – a Costa do Sol (hoje mais conhecida por Costa do Estoril) – e Lisboa.


Nos anos 60, Portugal incentiva os cidadãos a descobrirem as regiões do próprio país, mas ao turismo internacional, em diferentes circunstâncias, pois neste período:
i) Consolidou-se a recuperação económica dos países industrializados;
ii) Seguiu-se um boom económico;
iii) Generalizou-se o automóvel;
iv) Generalizou-se o conceito de férias pagas;
v) Desenvolveu-se estrondosamente o trânsito aéreo.
Passando à frente a revolução de 25 de abril de 1974, as suas consequências (positivas e negativas) para este conceito de turismo e algumas décadas, chegamos então à era das viagens de avião low cost, um pouco por todo o mundo. Estas não só permitiram as viagens internacionais a quem nunca teria tido oportunidade de experienciar tal forma de lazer, como desenvolveram uma enorme quantidade de pequenos aeroportos por todo o mundo. O tradicionalmente chamado de “autocarro com asas”, de forma corriqueira, chega a ter bilhetes tão baixos quanto um pacote de Chiclets para levantar voo em períodos promocionais.
Sendo que o voo low cost mais longo do mundo efetua um percurso desde Barcelona (Espanha) a Fort Lauderdale (Estados Unidos), na Flórida, correspondente a uma viagem de carro de Lisboa a Benidorm (Espanha), embora com um custo consideravelmente mais baixo… Fazendo um par de contas de algibeira, facilmente percebemos que é a aposta do futuro, tendo a nova era do turismo aéreo ter cada vez mais adeptos.◄

  • Publicado no Jornal PALAVRA, edição de 2021

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